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Psiquiatra afirma que antidepressivos não são tão eficazes e choca ao citar Indústria Farmacêutica

O tratamento para depressão geralmente está associado a administração de medicamentos antidepressivos.

 

Contudo, de acordo com o psiquiatra Christopher Davey, consultor e chefe do centro de Pesquisa e Transtornos de Humor, de Orygen, na Universidade de Melbourne, eles podem não ser tão eficazes quanto pensamos. Segundo ele, em um artigo publicado na The Coversation, na Austrália, por exemplo – que tem uma das maiores taxas de uso de antidepressivos no mundo – as taxas da condição continuam a aumentar, mesmo após uma série de evidências mostrarem que esse tipo de medicamente não são tão eficazes.

 

Ele conta que, junto com o colega Andrew Chanen, publicou um artigo científico descrevendo a aparente queda na efetividade dos medicamentos. O argumento usado era que os médicos se tornaram muito dependentes deles. Assim, ele afirma que, quando são usados para tratar depressão, devem ser parte de um plano de tratamento e não como um todo.

 

Ao explicar o porquê da perda de eficácia, ele diz que nem sempre a ciência teve conhecimento pleno dos resultados. “As ciências clínicas têm problemas com os resultados negativos dos ensaios – ensaios em que os tratamentos experimentais aparentemente não funcionaram. Eles mostram desinteresse porque é isso que as empresas farmacêuticas querem”.

 

Além disso, ele sugeriu que alguns testes negativos nem sempre são publicados. No entanto, são regulados e exigidos pelas autoridades antes que um produto novo entre em circulação. Assim, ao longo da última década, apesar de os pesquisadores terem ‘ocultado’ esses resultados, muitos foram encontrados. Sem surpresa, foram relatadas complicações quanto à eficácia dos produtos.

 

Talvez, segundo o psiquiatra, a maior razão para esse declínio seja pelo fato de os placebos serem cada vez mais eficazes. Tendo em mente que se trata de um processo complicado, o placebo ilustra o conceito estatístico de “regressão à média”, onde uma medida extrema, quando medida pela primeira vez (sintomas depressivos, neste caso) tendem a ser menos extremas quando recalculadas.

 

O outro componente da resposta ao placebo é uma polarização positiva de expectativa. “Quando as pessoas esperam melhorar, isso torna mais provável que realmente possam melhorar. Isto é particularmente importante para os casos de depressão, porque, fornecendo um tratamento, mesmo que apenas uma pílula de placebo, estamos tratando diretamente o sentimento de desespero, que é um dos principais sintomas da depressão”, escreveu.

 

Em suma, ele conclui que os antidepressivos não são tão eficazes quanto se acreditava, mas que, no geral, são úteis. “Isto sugere que a combinação de tratamentos pode ser a melhor abordagem. E a evidência confirma isso: tratamentos combinados entre medicações e psicoterapia são mais eficazes juntos, do que qualquer um sozinho. Devemos ir além de uma visão simplista de tratamentos alternativos […] e considerar que eles poderiam proveitosamente ser combinados para entregar um tratamento ainda melhor”.

 

Nota:

Mais uma vez a saúde pública está em risco em Portugal. Onde está o INFARMED? E a OM? Mais uma vez a saúde fica pelo caminho.

 

Fonte:

Jornal da Ciência

Que o teu alimento seja o teu único medicamento! Hipócrates - Pai da Medicina

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