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Assuntos relativos às áreas das Medicinas Naturais / Medicinas Alternativas / Medicinas Tradicionais / Medicinas não Convencionais.
Estudo mostrou que óleos essenciais podem ser seguros e eficazes na substituição de conservantes e antioxidantes sintéticos!
Utilizados pelos chineses há mais de 4 mil anos, os óleos essenciais são compostos extraídos de plantas aromáticas por processos de destilação, compressão de frutos ou uso de solventes. Dentre seus diversos tipos, vários são inibidores eficazes de crescimento de patógenos de origem alimentar, ou seja, podem ser utilizados na conservação dos alimentos.
Entretanto, como notou uma pesquisa realizada na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, sua incorporação directa em alimentos apresenta diversos desafios, em especial porque há a possibilidade de ocorrer mudanças extremas em suas propriedades sensoriais como cor, sabor ou odor.
Em artigo publicado em Abril deste ano pela revista Food Science and Technology, a pesquisadora Samantha Pinho, ao orientar a engenheira de alimentos Marília Moraes Lovison em sua tese de doutorado, investigou como essas possíveis desvantagens poderiam ser superadas por meio das chamadas técnicas de encapsulação.
“O motivo da escolha dos óleos essenciais foi o facto de serem potenciais substitutos de anti-microbianos e antioxidantes sintéticos normalmente utilizados na indústria de "alimentos", e que são reconhecidos como potenciais causadores de problemas de saúde”, explica Samantha, engenheira química por formação.
Inovar na conservação de alimentos é uma necessidade devido à crescente demanda dos consumidores por formulações contendo ingredientes naturais e com baixos níveis de aditivos químicos. É esse interesse que tem constantemente movido pesquisadores a trabalhar com produtos e extractos vegetais com propriedades anti-microbianas.
“Neste trabalho, foi possível descobrir que, assim como na forma ‘livre’, o óleo essencial de orégão/oreganos nano-emulsionado também apresentou potencial antioxidante e anti-microbiano in vitro”, esclarece a especialista, destacando ainda que as nano-emulsões foram eficientes em preservar o alimento contra Staphylococcus aureus e Escherichia coli – ambas bactérias que podem causar infecções graves.
Após determinar a actividade anti-microbiana, foram realizadas as análises para avaliação de seu potencial antioxidante in vitro. Na última etapa do trabalho foi avaliado o óleo essencial “livre”, e como era a aceitação do produto pelos consumidores.
Os resultados permitiram concluir que o óleo essencial é adequado para ser incorporado em formulações de alimentos e prolongar a sua vida de prateleira.
“Este trabalho mostrou que eles podem ser uma alternativa segura e eficaz na substituição, total ou parcial, dos conservantes e antioxidantes sintéticos empregados na indústria de produtos, proporcionando assim alimentos mais saudáveis e com maior qualidade aos consumidores”, resume a professora.
Obs:
Os óleos essenciais biológicos são usados desde a antiguidade, não só na conservação dos alimentos. Também são usados na saúde para várias doenças, tanto externamente como internamente. No entanto, cuidado, a larga maioria dos óleos essenciais que estão à venda não são biológicos nem podem ser tomados/ingeridos.
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Fonte:
Jornal da USP
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