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Assuntos relativos às áreas das Medicinas Naturais / Medicinas Alternativas / Medicinas Tradicionais / Medicinas não Convencionais.
Um estudo publicado recentemente, desenvolvido na Suíça, chama a atenção para o impacto negativo do pólen de milho transgénico nas borboletas selvagens e recomenda medidas especiais de protecção de zonas sensíveis. O que é que isso significa para Portugal? Sobrepondo um mapa de sítios de interesse comunitário (que são relevantes em termos de biodiversidade) a um mapa com os cultivos de milho transgénico em Portugal (retirado do jornal Público) dá para ver (embora de uma forma pouco precisa), que há várias zonas onde os OGM (provavelmente) estão a afectar negativamente a biodiversidade. Abaixo está o mapa resultante, que tem a cor de laranja os sítios sensíveis e a violeta as zonas com OGM (o violeta mais escuro indica maior área cultivada).
Este trabalho científico validou igualmente a necessidade de faixas de segurança em torno dos terrenos com milho transgénico com um mínimo de 50 a 100 metros largura e que, nalguns casos, deverão chegar até aos 800 metros. O pólen transgénicos foi facilmente detectado em plantas (importantes para a alimentação das borboletas nos seus primeiros estádios de desenvolvimento) localizadas a 500 metros dos campos de milho!
Note-se que a legislação nacional prevê três tipos alternativos de separação entre um terreno com OGM e o espaço circundante: o 1º é a criação de uma faixa com 200 metros, o 2º é uma faixa com milho não GM de cerca de 20 metros e o 3º não exige qualquer distância (foca-se apenas nos tipos de milho em cultivo). Estas regras claramente não levam em consideração as necessidades da biodiversidade e têm de ser revistas.
Áreas relativamente pequenas, concentradas sobretudo no Alentejo e no Ribatejo, com Santiago do Cacém e Coruche no topo da lista dos concelhos com maiores plantações. É este o perfil geográfico do cultivo de milho geneticamente modificado em Portugal, segundo dados oficiais obtidos por uma organização não-governamental e agora divulgados publicamente pela primeira vez.
Em dez anos, houve 1931 notificações de agricultores que declararam a intenção de semear o chamado milho-Bt – modificado artificialmente para produzir um insecticida contra a praga da broca.
Em 81% dos casos, a área cultivada foi inferior a 50 hectares. E em praticamente duas em cada cinco plantações (37%), o valor não chegou a dez hectares. Apenas 5% superaram os 100 hectares, numa década de milho-Bt em Portugal. A maior foi de 256 hectares, num empreendimento agrícola em Alvalade, Santiago do Cacém, em 2014.
Um mapa com os dados mais recentes, dos últimos dois anos, é publicado esta quinta-feira pela Plataforma Transgénicos Fora, que reúne várias organizações não-governamentais, como associações ambientalistas e de agricultores biológicos. Dele resulta que Santiago do Cacém é, de longe, o concelho com mais milho transgénico: cerca de 1200 hectares em 2014 e 1000 hectares em 2013. Coruche vem a seguir, com 850 e 870.
O perigo dos OGM e transgénicos para a saúde, clique aqui.
Nota: Em 2015 Portugal, Espanha e Rep. Checa eram responsáveis por 100% dos transgénicos produzidos na UE.
Fontes:
Plataforma Transgénicos Fora
Público
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